Cia Mover é a entrevistada
"A Cia Mover surge em 2009 com o objetivo de aglutinar artistas formados e em formação profissional para a pesquisa e criação em artes. Esta visão impulsionou a criação de diferentes núcleos de atuação em diferentes áreas artísticas: dança contemporânea, fotografia, banda musical e artes para crianças. Estes núcleos atuam de forma independente, mas também realizam projetos internucleos. Dentre os trabalhos mais relevantes da Cia estão: as jam sessions didáticas chamadas “Jogos para Dançar”, que é uma proposta de jam de dança contemporânea para quem tem pouco contato com a dança e que tem dado vida ao interesse do Núcleo de Dança e de Artes para Crianças em pesquisar a dança contemporânea para crianças e a interatividade; o “Sarau da Cia” que hoje está em sua 16ª edição e tem se transformado em espaço de criação, debate e produção de conhecimento em artes; e o trabalho autoral de “André Moraes em Banda”, trabalho de MPB que reflete sobre a cidade, inspirado no livro “Cidades Invisíveis” de Italo Calvino.
Os diretores da Cia Mover são Peticia Carvalho e André Moraes, ambos formados em Artes pela UNESP e com carreiras profissionais ligadas a arte-educação e a pesquisa em artes.
Dayana Crisostomo, Késsia Midory, Peticia Carvalho e Stefanie Bertholini atuam com criação em dança contemporânea. Andre Moraes é musico e compositor e realiza seu trabalho com outros integrantes da Cia como Jussie Régis e João Bruno músicos instrumentistas e Karen Moraes, cantora. Karen Moraes também é contadora de histórias e fotógrafa juntamente com Marcelly Boccia. Felipe Ribeiro é poeta da cia, e leva o nome Immortal Sadik no RAP."
"O núcleo de dança da Cia Mover acredita em criações artísticas que tenham como principio a democratização do fazer artístico e a emancipação do espectador. A experiência estética deve possibilitar o surgimento de poéticas corporais que conduzam o cidadão a novas formas de se mover pelo espaço. Para que isso se efetive, a obra de arte deve desestabilizar as certezas, convidando o espectador a jogar, a interferir no produto artístico, confundindo produto e processo."
Entrar no Jogo
"A interatividade deve atuar em duas camadas aparentemente opostas, porém complementares: o acolhimento e o desafio. Para que o espectador se sinta convidado a adentrar o circulo de ação, o jogo proposto deve ser acolhedor: com regras claras, simples e aberto para os diferentes corpos e faixas etárias; mas também provocar uma desestabilização das certezas, impossibilitando somente a reprodução de um repertório proposto ou de um repertório próprio de movimentos, chegando à criação."
Propostas Múltiplas
"O núcleo de dança da cia desenvolve trabalhos de criação em Dança Contemporânea voltada ao publico infantil. "André e banda" trabalham com MPB, seus assuntos estão relacionados a cidade. A área de artes para criança e fotografia ainda não possuem um foco principal de trabalho, atuando em diferentes ações e propostas."
Profissão do Artista
"A maior dificuldade enfrentada pela cia é a possibilidade de sobreviver a partir da própria arte. A realidade dos artistas da cia é de estar com trabalhos paralelos para lidar com essa questão da sobrevivência. Apesar desses trabalhos paralelos também estarem relacionados a profissão do artista, ainda existe um desejo de sobreviver do trabalho da Cia Mover. Neste ano de 2015 tivemos muitas oportunidades positivas, mas ainda acreditamos que a maior oportunidade é a da relação estabelecida no encontro com o público, aquilo que acontece do não esperado."
Desenvolvendo Projetos
"Os editais públicos e privados são os primeiros a serem lembrados pelos artistas brasileiros. Esses editais envolvem desde uma única apresentação, pequena temporada ou pequena quantia em dinheiro para o desenvolvimento de um projeto até os Fomentos e isenções de imposto de renda. O interesse das empresas privadas no Brasil voltam-se muito para a área do entretenimento, pois querem sempre financiar projetos e obras que atinjam um grande numero de pessoas ou que tenham um cunho mais assistencialista, sobrando muitas vezes, aos artistas que pesquisam e elaboram processos de criação, algumas iniciativas publicas como o Fomento a Dança da cidade de São Paulo."
Movimentos Culturais
"Participamos da Rede Social do Centro e Projeto Praça 11. Ano passado, 2014, a Cia Mover participou do "Agito Cultural da Zona Norte" e nesse ano participou do "Festival Vozes do Corpo", está participando da "Virada Sustentável", e participará do"Inforedes".
A Cia ensaia na ETEC de Artes, que é uma instituição que se encontra na Zona Norte, então, o grupo busca se envolver com as mobilizações artísticas dessa região. Esse é o primeiro ano da Cia no Cena Norte, mas esperamos fortalecer ainda mais essa parceria."
Dança: Experiência Estética
A Cia Mover acredita que arte não é dom, nem talento. O fazer artístico é uma prática que requer um equilíbrio entre o potencial criativo, existente em todo ser humano, e a dedicação. Na área da dança, por exemplo, negamos a possibilidade de um ser humano dizer que não sabe dançar, pois dança não é uma ou muitas técnicas, dança é uma experiência estética vivenciada através do movimento intencional do corpo.
Em 2016
A cia está pesquisando uma proposta nova para seu trabalho de Dança Contemporânea para crianças e pretende lançar esse próximo trabalho no começo do ano de 2016. Estamos também repensando o formato dos Saraus da Cia.
Saiba mais sobre a Cia Mover na página do Facebook.
Jussara Alves é formada em Psicologia e Teatro. Atua como Articuladora Social no Programa Redes Sociais do Senac Santana. Gosta de clown, grafite, quadrinhos e crochê.
Liberdade, inclusão e diversidade são valores distintos:
o Cena Norte apoia a expressão, entretanto não se responsabiliza pelas ideias de cada artista veiculadas nos artigos.
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