Livre?
Livre? Afinal o que é a liberdade? Segundo Cecília
Meirelles:
"...Liberdade,
essa palavra
que o sonho humano
alimenta
que não há ninguém que
explique
e ninguém que não entenda...”
Como saber o que é liberdade se é um sonho que
ninguém explica, um sonho real que todos entendem e alimentam.
Ao propor uma coluna livre, é esse sonho alimentado
de alguém, neste caso de quem escreve sem ter um tema definido, mas considerar
a observação da vida e o desejo de manifestar como algo importante de ter
espaço.
Aqui nesse lugar, quero compartilhar o exercício de
estar livre pra escrever minhas percepções e colaborar nas reflexões que estão
a minha volta. Limitadas muitas vezes, mas abertas e flexíveis e à disposição
para o diálogo.
Escrevo agora de como quero escrever, a partir de
que? A partir do viver, que é imbuído de saberes, das leituras que fazemos do
mundo, bem como das leituras que dialogamos com os escritores que falam sobre o
mundo.
A palavra livre, me faz refletir em identidade e
cultura. Muitas pessoas ao se referirem à liberdade, querem garantir o seu
direito de expressão, de ser, de viver e de escolher.
Vamos nos deter ao direito de ser, será que
seríamos capazes de dizer exatamente como somos? Ao ler sobre identidade, o
autor Antonio Ciampa, coloca que existe uma representação criada antes de
nascermos, por exemplo ao ser filho de alguém já existe uma expectativa de um
determinado comportamento social do que é ser filho.
Considerando esse exemplo, nos deparamos com todos
os papéis sociais que vivenciamos, os quais já trazem um modelo a seguir.
Dentro do sistema capitalista, percebemos também as relações entre ser e ter.
Somos bombardeados com propagandas que associam
produtos aos sentimentos e desejos humanos, na venda se promete um estado, mas
a intenção é vender um produto que não tem nada a ver com o sentimento
associado a ele. Como exemplo, a propaganda de margarina relacionada a uma
família feliz, a de carro com liberdade, tempero com amor e assim vai.
A identidade individual é construída no diálogo com
o coletivo, mantemos os papéis sociais, os valores, os modelos ou os
transformamos de alguma maneira.
A liberdade, a sonhada liberdade, como vive-la?
Somos seres culturais, só somos o que somos em contato com o outro, a
aprendizagem de ser é coletiva. O passo está em refletir sobre o que
construímos para observar se esse lugar é onde nos sentimos bem.
Refletir é pensar sobre o que estamos pensando e de
onde vem esse pensamento. E se perguntar será que esse é o caminho? É ouvir,
estar disponível para aprender e enxergar tudo não como algo pronto e sim a ser
construído. Analisar onde estamos e lutar por nossas escolhas.
Valorizar processos e não só produtos, nessa
proposta deixo aqui minha primeira colaboração no blog, sem rever o caminho da
escrita, somente corrigir gramaticalmente. Sem grandes novidades, já que
seguimos um padrão aprendido para ser comunicável, mas na intenção de registrar
pensamentos que vão e vem e por isso mesmo as vezes fazem mais sentido em não
responder mas plantar dúvidas e sem a intenção de tentar convencer.
*Bibliografia:
CIAMPA, A. Costa – Identidade in “Psicologia Social: o homem em movimento” (LANE,
Silvia; CODO, Wanderley (orgs).13ed. São Paulo:Brasiliense, 2001.
Carla Casado é cantora, compositora e artista educadora em música. Seu primeiro CD Resistência foi lançado em 2006, atualmente lançou seu segundo trabalho autoral, o EP Estrada. Também faz parte do Duo Sem Glúten junto a Nathalia Zanetti. Para conhecer seu trabalho visite seu site.
Liberdade, inclusão e diversidade são valores distintos:
o Cena Norte apoia a expressão, entretanto não se responsabiliza pelas ideias de cada artista veiculadas nos artigos.
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